Segue o diário do Arnaldo de 27 de abril a 9 de maio.

27 de Abril - A Comissão especial sobre o Genocídio da Juventude Negra da Câmara Municipal, presidida por Arnaldo Godoy, realizou sua primeira reunião. Na pauta, a aprovação do plano de trabalho, que prevê visitas, seminários, audiências públicas e um relatório final que detalhará a realidade dos jovens negros em BH. No dia 5 de maio, o deputado federal Reginaldo Lopes esteve no gabinete de Godoy para algumas sugestões, já que presidiu uma CPI sobre o assunto, na Câmara Federal. Segundo Lopes, há uma discrepância brutal de dados: entre 15 e 29 anos, a cada quatro homicídios, três das vítimas são negras; e para cada jovem branco assassinado, outros 19 jovens negros têm o mesmo destino. Contudo, o mais dramático: apenas 3% desses homicídios são elucidados.

3 e 4 de Maio - O novo presidente do PT-BH, Arnaldo Godoy, participou do 6º Congresso do Partido dos Trabalhadores, no último fim de semana, no Sesc Venda Nova, que elegeu delegados para o encontro nacional e reconduziu Cida de Jesus à presidência do PT-MG, para o biênio 2017-2018. Godoy reiterou sua disposição (e da chapa que o elegeu, “Muda Pra Valer”) de defender uma renovação no partido, campanha para novas filiações e retomada do diálogo com os movimentos sociais. “O PT está empenhado numa luta em defesa das conquistas dos governos Lula e Dilma, dos direitos democráticos e contra a onda de retrocessos empreendida pelo governo golpista de Temer. Nenhum direito a menos”, conclamou Godoy.

9 de Maio – Reunião especial na Câmara Municipal, reconheceu as nações de religiosidade de matriz africana de BH, representadas por dezenas de centros de Umbanda, Candomblé (Jêje. Angola e Ketu) e Omolocô. Para Arnaldo Godoy, autor da homenagem, mais que reconhecer a importância da matriz negra na cultura mineira, é preciso dar visibilidade a contribuição afro-brasileira em todos os sentidos, inclusive na fé. “Apesar de incorporadas a nossa cultura, desde o primeiro africano escravizado que pisou no país, as religiões de matriz africana continuam o alvo predileto do preconceito e da ignorância dos que as rotulam como culto ao demônio ou feitiçaria. Na verdade, essa intolerância nada mais é do que uma manifestação de racismo”, justificou. Há muito o vereador reconhece o trabalho, entre as pessoas que contribuem para construir a identidade afetiva da cidade, de ativistas empenhados na promoção da igualdade racial, nas mais diversas áreas: na cultura, Tizumba, Tambolelê e Mozart do choro; nas políticas sociais, Nilma Lino Gomes, Macaé Evaristo e Marcos Cardoso, dentre outros. O evento contou com a parceria do Centro Nacional de Africanidade e Resistência Afro-Brasileira (Cenarab).

27 de Abril - Apesar da véspera de uma greve geral, a noite foi movimentada no Centro de Referência da Juventude (CRJ-BH). Uma conversa instigante com o sociólogo português Boaventura de Sousa Santos, que lançou um novo livro sobre os desafios da democracia atual, mostrando a necessidade urgente de unidade entre os movimentos de esquerda. “Além de entidades juvenis, participaram lideranças quilombolas, indígenas, do MST, dentre outros. Um debate muito rico e democrático, coisa que periga ficar rara no Brasil”, disse Godoy, que, a seguir, conversou com membros do Comitê Mineiro pela Anulação do Impeachment de Dilma Rousseff. “Este comitê tem representantes em várias cidades brasileiras e no exterior, A proposta é reafirmar o processo democrático”, completou.

8 de Maio – O prefeito Kalil surpreendeu o setor da cultura de BH, ao determinar o prazo de três semanas para a transferência de todo acervo de imagens do MIS-BH para o museu de Santa Tereza, menor e inadequado para a guarda do material. Ele anunciou que utilizará a antiga sede do Crav, na av. Álvares Cabral, para reavivar a Associação Municipal de Assistência Social (AMAS). Com o vereador Pedro Patrus, Arnaldo Godoy solicitou uma visita técnica aos dois equipamentos e sua conclusão foi o total desconhecimento do prefeito com a função de museus e um desperdício de dinheiro público anunciado. “O MIS-BH é destinado a guardar o acervo para pesquisadores, visitação de escolas e formação de técnicos. Milhões foram gastos na época, para dotá-lo dos requisitos técnicos necessários, principalmente salas climatizadas, e recuperar e preservar o acervo de fotos e filmes da cidade. Transferi-lo para Santa Tereza, representa, portanto, repetir esse investimento”. Além disso, a transferência implica em fechar o espaço multiuso do MIS-Santa Tereza, inaugurado recentemente, concebido para a exibição, fruição cinematográfica e formação de público. “Menos um espaço cultura na cidade, que já padece com contingenciamento de recursos na área”, lembrou.

9 de Maio – Em visita técnica ao Museu de Arte da Pampulha (MAP), solicitada em conjunto com Pedro Patrus, Arnaldo constatou o agravamento do descaso com o acervo cultural e a memória de BH, iniciado na gestão anterior. Há uma carência de quadros técnicos e a urgente necessidade de combater os fungos que se alastram pelas obras guardadas no MAP. “Enquanto o setor cultural cai na armadilha de discutir sobre necessidade ou não de uma secretaria, o prefeito não apresenta qual diretriz será adotada. Enquanto isso, obras vão se deteriorando em um museu que compõe o Conjunto Moderno da Pampulha, que, conquistou, no ano passado, o título de Patrimônio Mundial da Humanidade. É inacreditável que não compreendam o potencial deste título, cobiçado por qualquer cidade do mundo”, denunciou Godoy.

EM PAUTA – Os resultados colhidos pelos vereadores Arnaldo Godoy e Pedro Patrus, nas visitas técnicas realizadas ao MIS-BH, MIS-Santa Tereza e Museu de Arte da Pampulha são tema de uma audiência pública marcada para segunda-feira, 15 de maio, às 19h, no plenário Helvécio Arantes, da Câmara Municipal. Compareçam!!!